Labirinto
O corpo inerte
e a cidade passando
célere feito pensamento
Asfalto, prédios,
pedintes, semáforos,
rotina, tédio
Lembranças,
ecos de riso,
imagens de sonhos
vindo e indo,
libertando
o fio de ouro
que conduz
ao centro
do labirinto
Num rodopio infinito
sua cabeça gira,
volta para o núcleo
daquele tormento
Em vão busca
uma ponta solta,
uma explicação,
uma saída
Quer desembolar
aquele absurdo,
um eco
que não se desfaz,
ânsia de implodir,
peito que afunda
em solidão
Saudade...
Do que passou,
do que poderia ter sido,
do que não se concretizou,
do oco antes do esvaziar
Saudade de ser.
Enfim...
Imagem: https://www.deviantart.com/azbarley/art/Ariadne-s-thread