Poeta Popular
(para Geraldo França)
Sou um privilegiado
afortunado do destino,
pois quis os deuses da poesia,
ante a tantos desatinos,
fazer com que um trovador
cruzasse o meu caminho.
Seu nome era Geraldo França
e por não ter o que fazer,
escrevia pra ser amado
e amava para escrever,
só fazia versos por gostar
nunca para aborrecer.
Lembro dele na Academia
e no sarau da Pedra Bonita,
na Casa dos Livros, em plena pandemia,
confraternizando com alegria.
Nosso último encontro foi em Matozinhos,
Sarau das Estações, muita chuva e poesia.
Esse poeta popular
que entoava versos nos saraus,
me deixou lembranças muitas
e hoje é difícil dar o tchau,
mas essa roda de poetas me faz esperançar,
a poesia do Geraldo, não morre nem a pau.
Um cantador errante e frágil,
espalhando seu cordel
nos assombrou com a sua arte,
a palavra foi seu pincel,
e por ser tão encantador
encantou-se e foi pro céu.
Imagem: Arquivo pessoal