Na estrada que sigo
vou a pé,
descalço,
com fé.
Entre outros andarilhos
divido o ombro,
guarida,
comida.
Anjos?
Não sei!
Acolhem-me.
Estou em paz.
Na estrada que sigo
tropeço,
caio, machuco,
levanto, prossigo.
Sob o calor,
orvalho,
poeira
e dor
Sensações e pensamentos
heterogêneos:
Esperança, suor, solidão,
esgotamento, delírio...
Paixão, amor, loucura,
boca trêmula, sem saliva nem poesia...
Olhos embaçados por lágrimas secas,
caminho à frente, destino incerto...
Na estrada que sigo
cometo pecados, reverencio catedrais,
ouço histórias, encontro uma sombra,
sonho outros caminhos...