Invejo-te,
na expressão mais sublime
do desejar e venerar.
Invejo-te,
não pelo que tens para ti,
nem pelo que dás de tuas posses.
Invejo-te,
pelo que tens e és em ti,
pelo que, graciosamente, doas de ti.
Invejo-te,
pela capacidade de ouvir,
pela sensibilidade de sentir.
Invejo-te,
pelo muito que dizes num olhar,
pelo conforto que tens num abraço.
Invejo-te,
pela espontaneidade do carinho,
pela sinceridade do conselho.
Invejo-te,
pela palavra certa e sensata,
pelo ombro sempre disposto.
Invejo-te,
pela disposição de estar junto na minha dor,
pelo respeito de não estar
quando só, quero estar.
Invejo-te,
pela liberdade de se entregar por amor,
pela coragem de se arriscar de paixão.
Invejo-te,
quando te mostras cúmplice dos meus medos,
quando não te fazes juiz dos meus erros.
Invejo-te,
pela serenidade que acalma,
pela energia que explode na alma.
Invejo-te,
pelas amizades que cultivas,
pelos amigos – mais que irmãos.
Invejo-te,
pelo que completas,
pela enorme falta que fazes.
Invejo-te,
pelos dias em que chegas de repente,
pelas vezes que, discretamente, me deixas.
Invejo-te,
pelo barulho de festa,
pelo silêncio de paz.
Invejo-te,
pela autenticidade de ser você
em você mesmo,
pela verdade de ainda ser você
aqui dentro de mim.
Invejo-te,
com prazer e celebração pelo ser
belo, livre e único que és.
Apego-me,
à essência, ao néctar, à pureza, que
sacro, invejo e quero.