Poetas vivem sempre a começar...
basta-lhes o afago de um beijo,
um voo de pássaro, o planar de folha ao vento
ou o confidenciar do silêncio
para que acesa seja a chama d'alma...
Chama que permanece acesa em compêndio,
se escritos os versos que fingiam
estarem adormecidos n'alma
e ao menor sinal de inspiração vinda de qualquer lado,
se abre com firmeza e retidão.
Alma... às vezes é festa, outras desilusão,
sem amor, encontra na solidão a melodia que afaga.
Poética, inspira-se e existe para além da nossa vontade,
impossível dominá-la com nossa razão,
pois não nos pertence - a alma nasce de desejos Eternos!
Do eterno por vezes se materializa.
Alma nossa, íntima sombra do ser,
que assume nossos passos, atos, desacatos,
tangível em sentimentos e inatingível presa.
Notável sumo de supremo poder.
Alma, essência...
Bússola que traça caminhos
por terras desertas e solidão povoada,
aplacando suas inquietudes na escrita do poeta,
exagerando, rimando, cantando as músicas da Eternidade!
(Imagem: Arquivo Pessoal Jefferson)